sábado, 19 de junho de 2010

FLUTTER ATRIAL E VENTRICULAR

FLUTTER ATRIAL

Conceito: Define a taquiarritmia na qual a freqüência atrial se encontra muito elevada, próxima a 300 bpm

O mecanismo eletrofisiológico envolvido no flutter atrial é o fenômeno da reentrada do impulso na musculatura atrial em circuitos uniformes ao redor de barreiras anatômicas normais(veias cavas, crista terminal, seio coronário e válvula tricúspide) ou induzidas por cirurgia cardíaca. No flutter comum a reentrada se faz entre a veia cava inferior e a válvula tricúspide, região denominada de istmo do átrio direito.

Critérios diagnósticos:

• Freqüência atrial muito elevada.
• Substituição das ondas P por outras denominadas de ondas F, de aspecto pontiagudo, algo largas, interligadas umas às outras e semelhantes entre si.
• Substituição da linha de base isoelétrica por ondulações ou serrilhado monomórfico, assumindo aspecto denominado de “dentes de serra”.
• Presença de BAV fisiológico, de modo que apenas 1 em cada 2,3 ou 4 impulsos atriais é conduzido aos ventrículos.
• Usualmente, o ritmo ventricular é regular em razão da constância do BAV, com menos freqüência o inverso pode ocorrer.

Classificação do Flutter Atrial:

a) De acordo com a direção do circuito de reentrada:

• Tipo Comum: O circuito de reentrada tem rotação anti-horária ou direção caudal-cranial: as ondas F estão negativas em D2-D3-aVF.
• Tipo Incomum: O circuito de reentrada tem rotação horária ou direção crânio-caudal: as ondas F estão positivas em D2-D3-aVF.

b) De acordo com a freqüência dos impulsos atriais:

• Tipo I: A freqüência atrial encontra-se entre 250 e 350 bpm, este flutter, geralmente, pode ser interrompido por uma estimulação elétrica de freqüência superior à atrial, ou seja, o mecanismo de overdrive supression.
• Tipo II: A freqüência atrial encontra-se entre 350 e 450 bpm, este flutter, geralmente, não reverte com o tratamento acima citado.

c) Impuro ou atípico ou Fibrilo-Flutter:

• O circuito de reentrada faz-se em estruturas do AD e AE, de modo irregular. A ativação atrial tem freqüência do flutter, porém com morfologia variável das ondas atriais.


Flutter Atrial está associado, na maioria das vezes, a pacientes com doença cardíaca subjacente, as causas mais comuns são: IAM, miocardite ou pericardite aguda, cardiopatia reumática, hipertensiva, tireotóxica, ou congênita, como na doença de Ebstein e na comunicação interatrial.


FLUTTER VENTRICULAR

Conceito: Define a taquiarritmia na qual a freqüência ventricular encontra-se muito elevada e cujas ondas adquirem um aspecto peculiar.

Os mecanismos eletrofisiológicos envolvidos no FV são os mesmos da taquicardia ventricular, ou seja, circuitos de reentrada do impulso nas fibras de Purkinje ou a presença de foco ectópico ventricular com velocidade de disparo muito elevada.

No FV ainda se observam contrações eficazes de fibras ventriculares e um DC que permite a sobrevida, ainda que por tempo limitado. Entretanto, o mais comum é a evolução para a fibrilação ventricular em curto espaço de tempo.

Critérios diagnósticos:

• O FV traduz-se por modificação morfológica dos complexos QRS/T. Estes de fundem numa única onda, larga, de grande amplitude e que mantém entre si alguma semelhança, assumindo o aspecto de onda sinusoidal.
• A freqüência ventricular é muito rápida, acima de 200 bpm, habitualmente próxima de 300 bpm.
• As ondas P não são percebidas, por estarem ocultas nos QRS.
• IPR inexiste.

O FV está associado a cardiopatias com grave degeneração miocárdica, tais como o IAM, a miocardiopatia dilatada com insuficiência cardíaca, a miocardite aguda, intoxicação digitálica, estados anóxicos, distúrbios eletrolíticos graves.

Referência bibliográfica:

GOLDWASSER, Gerson P. Eletrocardiograma orientado para o clínico: método completo e prático de interpretação com questões de múltipla escolha e respostas comentadas. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, c2002. 327p. ISBN 8573096330 (enc.)

Um comentário:

  1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE INFARTO ATRIAL E VENTRICULAR?QUAL O PIOR E PQ?

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