Páginas

sábado, 19 de junho de 2010

FIBRILAÇÃO ATRIAL E VENTRICULAR



FIBRILAÇÃO ATRIAL

Conceito: Define a taquiarritmia em que a estimulação atrial ocorre de forma bastante desordenada e numa freqüência extremamente elevada, acima de 400 estímulos por minuto.

O mecanismo eletrofisiológico envolvido na FA é o fenômeno da reentrada do impulso na musculatura atrial, com diferentes e pequenos circuitos de reentradas. Contudo, o mecanismo que desencadeia a FA parece ser o automatismo focal, originado na maioria dos casos, nas veias pulmonares.

Critérios diagnósticos:

• Freqüência atrial extremamente elevada, entre 400 e 650 bpm, em geral, próxima de 500. Nesta situação, o processo de ativação atrial encontra-se totalmente desordenado e caótico, resultando na perda da contração eficaz, ocorrendo apenas oscilações ou tremulações das fibras cardíacas.
• Substituição das ondas P por outras denominadas ondas f. Estas, apresentam-se muito diferentes umas das outras, seja na amplitude, duração ou no formato, não guardando qualquer semelhança entre si.
• Substituição da linha de base isoelétrica por ondulações ou serrilhado polimórfico.
• Presença de BAV, fisiológico, protegendo os ventrículos da imensa quantidade de impulsos atriais.
• A freqüência ventricular é habitualmente entre 60 e 100 bpm.
• A morfologia e a duração dos complexos QRS, habitualmente estreitos, não diferem dos complexos do ritmo de base. Entretanto, na presença de QRS largo, faz-se necessária a diferenciação entre a condução aberrante do estímulo supraventricular e a extra-sístole ventricular.

Essencialmente o diagnóstico eletrocardiográfico da FA é feito por: Ausência de ondas P, substituídas por ondas f e Ritmo cardíaco irregular.


A FA é a 2ª arritmia em freqüência. Acomete na maioria das vezes, pacientes com cardiopatia subjacente, tais como a reumática, em especial com estenose mitral, a isquêmica, no infarto do miocárdio, e a hipertensiva; na doença pulmonar obstrutiva crônica e na tireotoxicose; em conseqüência à ingestão abusiva de bebidas alcoólicas e alguns indivíduos sem um fator etiológico definido-fibrilação atrial solitária.


FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

Conceito: Define a taquiarritmia em que a estimulação ventricular ocorre numa freqüência extremamente rápida, acima de 400 impulsos por minuto e de forma bastante desordenada.

Os mecanismos eletrofisiológicos envolvidos na fibrilação ventricular são o fenômeno de reentrada do impulso na musculatura ventricular em circuitos muito variados, ou a presença de vários focos ectópicos ventriculares com velocidades de disparo muito elevadas.

Na FV o processo de ativação ventricular encontra-se completamente caótico e desordenado, resultando na perda da contração cardíaca eficaz, observando-se apenas oscilações ou tremulações das fibras ventriculares. Nesta circunstância, inexiste débito cardíaco e em caso de não se processar a reversão ao ritmo normal, a circulação sanguínea cessa, evoluindo para o êxito letal em minutos.

Critérios diagnósticos:

• Presença de complexos QRS polimórficos, totalmente anômalos.
• Deflexões bizarras, largas, com formatos diferentes, não guardando qualquer semelhança entre si e com freqüência muito rápida, próximo de 500 bpm.

Referência bibliográfica:

GOLDWASSER, Gerson P. Eletrocardiograma orientado para o clínico: método completo e prático de interpretação com questões de múltipla escolha e respostas comentadas. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, c2002. 327p. ISBN 8573096330 (enc.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário